Como Vivem as Pessoas Idosas que Moram Sozinhas em São Paulo: Funcionalidade, Participação Social, Barreiras e Facilitadores Ambientais Identificados pelo Modelo da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde

Discente: Giovanna Juliani Sofiatti
Orientador(a): Profa. Dra. Michele Lacerda Pereira Ferrer
Instituição: Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Introdução: No Brasil, 15,3% das pessoas idosas moram sozinhas, ou seja, residem em domicílios unipessoais (Negrini et al., 2018). Envelhecer residindo sozinho pode representar uma opção das pessoas idosas no pleno exercício de sua autonomia ou tal condição pode representar uma condição caracterizada pela inexistência de familiares ou outros membros de uma rede social próxima, o que pode associar-se a diferentes desfechos de saúde (Duarte et al., 2022). A concepção de vulnerabilidade denota a multideterminação de sua gênese não
estritamente condicionada à ausência ou precariedade no acesso à renda, mas atrelada também às fragilidades de vínculos afetivo-relacionais e desigualdade de acesso a bens e serviços públicos (Secretaria Nacional de Assistência Social, 2009). A Classificação
Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) tem como principal objetivo proporcionar uma linguagem unificada para a descrição de saúde e de estados relacionados à ela. (CIF, 2004). Por isso, uma análise de dados populacionais a respeito da funcionalidade
das pessoas idosas que moram sozinhas no Brasil se faz tão importante, visto que, a identificação de necessidades, barreiras e facilitadores são peças fundamentais para a determinação de vulnerabilidade ou de vida plena com participação social, base para a criação de políticas públicas.

Objetivo: Identificar o perfil e as necessidades de saúde de pessoas idosas que moram sozinhas, além de suas condições funcionais, o uso e acesso aos serviços de saúde e barreiras e facilitadores ambientais à funcionalidade. Analisar as necessidades de saúde de pessoas idosas que moram sozinhas segundo o perfil de funcionalidade e participação social.

Método: Estudo transversal com dados coletados a partir do banco de dados secundário do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil). Para analisar a funcionalidade de pessoas idosas que moram sozinhas por meio do relacionamento de banco
de dados secundários à Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), identificando barreiras e facilitadores ambientais, será utilizada a segunda onda de do banco de dados ELSI, estratificando a amostra de pessoas idosas que moram sozinhas em
quatro grupos: 1) Pessoas idosas com boa capacidade funcionalidade (independentes e ativos), 2) Pessoas idosas com alguma incapacidade (independentes mas restritos socialmente), 3) Pessoas idosas com incapacidade funcional com atividade instrumentais da vida diária (AIVD), 4) Pessoas idosas com incapacidade em AIVD e sua associação com fatores ambientais.

Resultados esperados: As barreiras ambientais caracterizadas por dificuldade de acesso a serviços de saúde, domiciliar, entorno, falta de apoio estão mais associadas com dificuldades funcionais de pessoas idosas que moram sozinhas. Já aquelas pessoas idosas que moram só
com maior funcionalidade espera-se que tenham mais facilitadores do que barreiras.

Cronograma: